Empresário Daniel Randon abriu o Seminário na Mercopar
Caxias do Sul/RS – “Vivemos um cenário desafiador em vários segmentos da nossa economia, por isso a transformação é mais que urgente, é necessária”. Desta forma, o coordenador do Conselho de Inovação e Tecnologia da FIERGS (Citec), Daniel Randon, abriu, na quarta-feira (02), o Seminário “Impactos e Oportunidades da Quarta Revolução Industrial”, no segundo dia da Jornada 4.0 que acontece junto à 28ª edição da Feira de Inovação Industrial – Mercopar, em Caxias do Sul.
Randon salientou que na maior parte das vezes, essa inovação ocorre pela implantação de ideias simples e eficientes apoiadas por mudanças tecnológicas e sociais. “Devemos dar o primeiro passo. Na Serra Gaúcha temos o DNA do empreendedorismo muito forte e estamos aptos a buscar novos mercados para mantermos a competitividade local”, ressaltou ele. Para o empresário, a Indústria 4.0 já é uma realidade, com tecnologias acessíveis a todos os portes de empresas e a possibilidade de experimentar novas oportunidades. “Tudo isso vai muito além da automação e nos faz refletir sobre um novo jeito de fazer, utilizando novas ferramentas tecnológicas que estão contribuindo para a redução de custos, criação de novos produtos e aumento de produtividade”, refletiu.
Dados da ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial) indicam que a redução de custos anuais, por meio da Indústria 4.0, será de 73 bilhões de reais por ano, entre ganhos de eficiência, custos de manutenção de máquinas e economia de energia. “Devemos estar preparados para esse movimento de inovação dentro das empresas, envolvendo as lideranças e buscando parcerias. E isso está ligado ao novo mindset, com a abertura de novas formas de pensar e agir”, ressaltou. Randon lembrou que quando fala em parcerias, refere-se, por exemplo, a startups, com a inovação sendo implantada de forma mais rápida e qualificada na indústria. O empresário explicou que a união de esforços para a implantação da Indústria 4.0 levou à criação da Rede RS, uma plataforma para incentivar e integrar fornecedores de soluções tecnológicas.
Já o conselheiro do Citec, Carlos Martini, destacou a necessidade de desmistificação da Indústria 4.0, com a eliminação de processos desnecessários, zerando trabalhos repetitivos e insalubres e liberando empregos que exijam maior qualificação por meio do ensino e educação: “O Sesi e o Senai têm um papel fundamental nessa capacitação. Podemos cortar custos em vários setores, menos na educação”, complementou Martini.
No Seminário, o vice-presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), Hernane Cauduro, lembrou a formação da Rede RS, uma forma de agregar conhecimento em um mesmo lugar. “A Rede RS nasceu da união de vários entes, unindo a academia, por meio das universidades, as entidades representativas de empresas e outros, com o objetivo de conectar e proporcionar um ambiente de acesso à informação para a entrada ao ecossistema da Indústria 4.0, permitindo a geração de novos negócios”, observou o empresário. Desta forma, os interessados contarão com a Rede RS que indicará a tecnologia e fornecedores para implantação da automação, além do acompanhamento do projeto de transformação e capacitação de pessoal nas novas tecnologias.
O analista técnico do Instituto Senai de Tecnologia em Mecatrônica, Felipe Marcolin, apresentou alguns projetos que comprovam a possibilidade de qualquer tipo de empresa chegar ao patamar da Indústria 4.0. “Realizamos a conexão dos ambientes digitais e físicos, com informações em tempo real. Por exemplo, com essa integração, podemos obter informação de qualquer máquina, em qualquer lugar do mundo”, exemplificou o painelista.
O Seminário foi encerrado pelo consultor do Sebrae Nacional e Confederação Nacional da Indústria, Roberto Vermulm, que abordou o tema “Riscos e Oportunidades para as empresas brasileiras diante de inovações disruptivas: uma visão a partir do Estudo Indústria 2027”.
O sucesso da realização da primeira edição da Jornada 4.0 idealizada no ano passado pela FIERGS foi determinante para que, neste ano, o evento acontecesse junto à Mercopar, em Caxias do Sul. Ligada a empresas de tecnologia direcionadas para a indústria, a ação se desenvolve durante os três dias da feira, no Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva. O evento contou com a presença do secretário de Governança e Gestão Estratégica do RS, Cláudio Gastal.
De Zotti Comunicações