Canoas/RS – Diante do atual cenário econômico em que se encontra o mundo, e especialmente o Rio Grande do Sul, em época de uma pandemia jamais vivenciada, o presidente do Simecan (Sindicato das Indústrias Metalmecânicas e Eletroeletrônicas de Canoas e Nova Santa Rita), Roberto Machemer, avalia que o cenário econômico é bastante delicado. “Cada semana uma notícia nova, um procedimento novo do Governo do Estado, sem as mínimas condições de podermos visualizar um futuro melhor para nosso parque industrial. Já trabalhamos com redução de jornada, já concedemos férias, já colocamos parte dos colaboradores em trabalho home-office. Mas, se o comércio não abre, para que produzir, assumir compromissos e responsabilidades? Ficamos de mãos atadas”, pontua o presidente do Simecan, se referindo ao setor.
Segundo Roberto Machemer, já houve uma redução de mão de obra, até o momento, em torno de 10% e redução de vendas uma média de 45%. “Tivemos empresas que faturaram apenas 10 % do previsto para os meses de abril e maio. Com a abertura, conseguiram suprir os pedidos recebidos. Agora vemos nova paralisação e, com isto, teremos novas reduções de encomendas”, assinala.
Para o final do ano, o presidente do Simecan não vislumbra perspectivas melhores. “Cada semana é uma semana, como podemos ter uma perspectiva de melhora? Não está em nossas mãos qualquer estudo confiável no Brasil que aponte se vamos trabalhar ou se ficaremos fechados em casa. Sem isto, não há como traduzir em retomada da economia, reativação ou redução de empregos. Há capital empregado, mas as reduções terão que ser feitas, pois, sem encomendas, o custo maior é o dos colaboradores parados. As compras podemos suspender. Tudo é uma cadeia, nossos administradores não conhecem o mínimo de uma empresa e seus funcionamentos. Senão, não teríamos um Estado endividado como temos. Quem administra uma empresa, como nosso Estado, já estaria quebrado há muito tempo. Infelizmente, governos não quebram. Empresas sim, ou simplesmente fecham e pronto”, explica Roberto Machemer.
O presidente do Simecan também ressalta que “acreditar que os financiamentos são a saída é um perigo”. “Os bancos não perdoam e cobram no futuro incerto do empresário”. Na sua avaliação, é uma difícil visão de futuro. “Cada empresário tem, no seu negócio, seu sustendo e de seus colaboradores. Ele tem tentado mantê-los, com muito sacrifício, em todas as áreas, na indústria, no comércio e nos serviços. E nossos governantes nem sabem o que é isto, vide nosso governo estadual, com seus abre e fecha, não dando a mínima importância aos sofridos investimentos feitos durante a pandemia, onde já não temos recursos. Mas, mesmo assim, os colocamos em nossas empresas, e somos impedidos de trabalhar. Somos uma cadeia produtiva e um depende do outro”, considera.
De Zotti Comunicações