Novo Hamburgo/RS – Os desafios da governabilidade pós-pandemia. O tema foi apresentado na quinta-feira (25), no lançamento do primeiro Prato Principal on-line promovido pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços de novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha. Em seus quase 100 anos de existência, o evento foi transmitido pelo Youtube Live, tendo como convidado o ex-governador do Rio Grande do Sul e presidente do Instituto Reformar de Estudos Políticos e Tributários, Germano Rigotto. “É um orgulho ser o primeiro palestrante virtual da nossa ACI”, afirmou, ao dar início à explanação.
Ao abordar o momento difícil pelo qual passa o mundo, em função da pandemia da Covid-19, Rigotto enfatizou que a crise, primeiramente sanitária e depois econômica, será sentida ainda em alguns meses de 2021. “Só no setor calçadista, foram mais de 30 mil empregos perdidos”, exemplificou. Mas, ao mesmo tempo, reforçou que está surgindo um “mundo novo”, segundo ele, mais fechado. “É neste cenário que as empresas vão ter que se adaptar. E as entidades, como bem está fazendo a ACI, precisam estar atentas e acompanhar todo este desenrolar, embora o câmbio favoreça as exportações, para quem atua neste mercado”. Na sua avaliação, dentro da realidade que vivemos hoje, o lado positivo é o agronegócio. “É ele que está mantendo a economia do país, mas não podemos ficar dependendo das commodities agrícolas. Precisamos mexer no Custo Brasil, para não haver a desindustrialização. Temos um juro muito alto e um câmbio flutuante, que não é bom, mas temos uma capacidade enorme de produção no país”, reforçou.
O ex-governador gaúcho referiu-se ao planejamento seguido pelo Governo do Estado, no combate à pandemia, como um bom projeto. “Mas, é preciso fazer aperfeiçoamentos. Não pode ficar abrindo e fechando, com mudanças constantes nas bandeiras. Esta instabilidade é muito ruim. Têm regiões que estão na vermelha e cidades que compõem este território que não se encontram na mesma situação. É preciso reavaliar isto, com melhores definições”, frisou.
Germano Rigotto também focou sobre o socorro às empresas, principalmente micro e pequenas. “O Governo Federal tem que avançar nestas medidas”, citou, referindo-se ao lançamento do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) que, quando lançado, não chegou na ponta. “Os bancos fizeram muitas exigências para acessar o crédito. Agora, novos recursos estão sendo lançados, na ordem de 212 bilhões de reais, e vai depender da operacionalização, que precisa ser muito rápida” considerou ele.
O palestrante também fez questão de frisar pontos positivos que já estão surgindo no Brasil, como o lançamento do Marco Regulatório do Saneamento Básico, de iniciativa do Governo Federal, aprovado na noite de quarta-feira pelo Senado, e que agora segue para a sanção presidencial. “Esta é uma ação que vai trazer a iniciativa privada, aplicação externa, permitindo 700 bilhões de reais em investimentos nos próximos cinco anos, gerando emprego e renda”. Ele também abordou sobre a necessidade da sequência das reformas, a administrativa e a tributária. “É preciso tirar as amarras, amenizar a problemática da logística, focando na infraestrutura e naquilo que é fundamental. Temos um mercado interno forte que precisa se movimentar. O Brasil tem condições de dar um salto em desenvolvimento sustentável”, complementou.
Ao se despedir do público que acompanhava o Prato Principal on-line, Germano Rigotto dirigiu-se ao presidente da ACI, Marcelo Lauxen Kehl, e ao diretor Marco Aurélio Kirsch, reforçando que a próxima vez que se deslocar à Novo Hamburgo, quer estar comemorando com a bandeira do Noia (Esporte Clube Novo Hamburgo).
O patrocínio do Prato Principal foi de Sicredi Pioneira RS, com apoio Master da Universidade Feevale.
De Zotti Comunicações