Porto Alegre/RS – Na abertura da Live da ARI (Associação Riograndense de Imprensa), no sábado (20), o presidente José Nunes anunciou o lançamento do Prêmio ARI de Assessoria de Imprensa. O regulamento será divulgado nas redes sociais da Associação, em abril. “A premiação fará um justo reconhecimento aos profissionais que atuam nessa atividade”. O encontro, por videoconferência, teve como tema ‘Assessorias de Imprensa: mercado e tendências’, e fez parte da série ‘Jornalistas Inspiradoras – Mês da Mulher ARI’, que acontece semanalmente. A transmissão, na íntegra, pode ser conferida neste link.
A 1ª vice-presidente, Jurema Josefa, disse que a ARI lamenta as perdas humanas, devido ao coronavírus, e que espera, das autoridades, melhorias no atendimento à saúde. E lembrou que a entidade tem debatido esta pauta constantemente, como nos encontros virtuais, dando voz aos profissionais que estão na linha de frente da comunicação e da pandemia. A mediação da Live foi da jornalista Cláudia Coutinho, que ressaltou o papel das estratégias de comunicação nas organizações e o compromisso dos profissionais de imprensa com a informação, balizada pela ética.
Neusa Galli Fróes disse que o jornalista deve ter atenção e severidade na apuração da notícia. “Com um olhar mais suave do assessor na divulgação da informação, de maneira mais palatável, um pouco diferente do olhar do repórter com a mesma notícia. O compromisso é imenso, dos dois lados”.
Fátima Torri falou sobre a necessidade de fazer uma ponte entre assessorado e assessores. “Às vezes, o jornalista quer uma coisa e o cliente quer outra, mas que deve-se construir a notícia sem mascarar ou esconder”. Segundo ela, há situações em que a posição do assessorado mexe com as pessoas ao seu lado, seja na família ou na corporação. “Adoro ser equilibrista, vivemos numa corda bamba”, ratificou.
Sobre o texto jornalístico e a linguagem jurídica, o “jurisdiquês”, Marjuliê Angonese afirmou que o profissional não precisa ser formado em Direito, mas que deve conhecer alguns termos, entender o que representam certas expressões, para saber transmitir às pessoas. Ela lembrou do treinamento realizado na sede da ARI, para jornalistas e estudantes, “foi muito proveitoso”. Marjuliê fez questão de mostrar que estava com a camiseta da ARI, com os dizeres ‘Menos fake news, mais jornalismo’, e comentou: “se é fake, falso, não é notícia”.
A respeito do jornalismo esportivo, Daniele Lentz confirmou que o machismo ainda existe no meio do futebol. “Se percebe, de forma velada e, às vezes, nem tão velada”. Disse que na comissão técnica do Grêmio não tem mulheres, assim como nos demais clubes do país, que a situação melhorou ao longo dos últimos 10 anos, mas as mulheres ainda são minoria nas assessorias ligadas ao esporte. Dependendo dos resultados das partidas e desempenho no campeonato, pode haver interferência no planejamento da divulgação de agendas positivas. “É um aprendizado diário do que se pode e o que não se deve fazer num clube de futebol. Apesar das dificuldades, qualquer conquista tem um sabor especial”.
Questionada sobre gestão de risco, Isara Marques falou que assessores de imprensa estão virando mestres em administração de crise, porque a pandemia virou tudo de cabeça para baixo, da questão familiar à profissional. “A crise não tem receita, cada caso depende do perfil do cliente e do tamanho da crise”. Salientou que deve prevalecer o bom senso do assessor para avaliar a situação, com calma, porque muitas vezes o cliente está nervoso. “É preciso proteger o assessorado”.
Enni Figueiredo disse que acompanha os trabalhos parlamentares da Assembleia Legislativa pela intranet e que abastece os veículos com mensagens de texto e som. “A tecnologia facilita e uma das funções é mostrar o que está sendo feito pelos deputados, com o apoio das assessorias dos gabinetes”. A respeito de lidar com situação inesperada, Lu Zanatta contou que passou por uma saia justa quando teve que decidir, instantaneamente, sobre como informar a respeito da brusca decida do Papai Noel, na Igreja de Pedra, em Canela. Ela disse que houve falha no equipamento de rapel, mas que não houve queda, como foi destacado no programa Teledomingo, da RBSTV. “Falei a verdade, a descida foi mais rápida, mas não foi um acidente horroroso, como queriam fazer parecer. A imprensa estava cobrindo o evento e tive que me pronunciar, na hora, para que não fossem divulgadas desinformações”.
Cátia Bandeira destacou o fato de ser conterrânea do saudoso jornalista e escritor Erico Verissimo (primeiro presidente da ARI e natural da cidade de Cruz Alta). Ela entende que a comunicação corporativa ajuda a instituição a tomar posições, inclusive na escolha das fontes. “Fazemos o reconhecimento e identificação do profissional mais adequado para falar sobre determinados temas, como forma de proteção ao assessorado”.
Sobre o trabalho da Assessoria de Imprensa em relação à intensidade das mídias sociais, Vera Carneiro falou que apesar das mudanças, no convívio com formadores de opinião (stakeholders, influencer e micro influencer) a essência é a mesma: comunicação. “Nosso papel é entender de comunicação, agregar pessoas, aprimorar a gestão estratégica e a confiança na equipe”. Ressaltou a questão tecnológica e a importância da checagem da informação.
Em relação ao que, eventualmente, se pode tirar de bom deste momento de pandemia, Ana De Zotti disse que, devido ao solicitado distanciamento social, há uma aproximação maior entre assessor e assessorado. “O que era feito presencialmente, até nas redações, parou de uma hora para outra. Com o crescimento do home office, tivemos que ser mais ágeis e o lado bom é que muito do que se faz agora, veio para ficar”.
O presidente do Conselho Deliberativo da ARI, Batista Filho, disse que a credibilidade é o que sustenta o profissional no trabalho e que o Assessor de Imprensa faz parte da luta permanente do cognitivo. “O jornalista transmite, vê e sente, baseado na veracidade. Ser profissional é saber escolher e resistir às dificuldades”. E agradeceu a todos pelo empenho em realizar mais este evento da ARI.
O encontro reuniu jornalistas que atuam como assessoras de imprensa, seja como prestadoras de serviços por meio de suas agências de comunicação, seja como profissionais vinculadas a diferentes organizações. No grupo estiveram Ana De Zotti (diretora da De Zotti Comunicações), Catia Bandeira (fundadora e sócia-diretora da CDN Sul), Daniele Lentz (gerente de Comunicação do Grêmio FBPA), Enni Figueiredo (TV Assembleia), Fátima Torri (sócia-fundadora da Fatto Comunicação), Isara Marques (superintendente de Comunicação e Cultura da Assembleia Legislativa), Lu Zanatta (sócia-diretora da Estratégia Comunicação e Marketing), Marjuliê Angonese (coordenadora da Divisão de Comunicação Social da Secretaria de Comunicação Corporativa do Tribunal Regional Federal da 4ª Região – TRF4/RS), Neusa Galli Fróes (diretora da NGF Imprensa e Assessoria) e Vera Carneiro (fundadora e sócia-diretora da Pauta Conexão e Conteúdo). A mediação foi feita pela jornalista Cláudia Coutinho, diretora da ARI e sócia-diretora da Capítulo 1 Conteúdo e Design Editoriais.
No próximo sábado (27), a partir das 11 horas, a Live da ARI será com as desgarradas, jornalistas que trabalham fora do estado, encerrando a série de videoconferências relativas ao Mês da Mulher da ARI.
Fonte: ARI – Associação Riograndense de Imprensa