Novo Hamburgo/RS – O legado positivo da pandemia e a tecnologia no centro da estratégia empresarial, inovação no nível do profissional e das organizações, e ainda os desafios da cultura digital. Os assuntos foram abordados no Webinar Tecnologia e Inovação que a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha promoveu na manhã de terça-feira (21). “Em março se criou um clima com o questionamento – o que vai acontecer agora? Hoje, escuto muita gente afirmando que tem bastante coisa boa aí, referindo-se à mudança que precisou ser feita de uma hora para outra”. A afirmação de Fabio Junges, diretor na Teevo S.A, pontuou o debate, no qual ele apresentou dimensões da transformação digital, através de momentos distintos da história.
Segundo explicou o palestrante, até 2010, num período de aproximadamente 30 anos, surgiu a transformação digital, com a chegada do e-mail, internet, celular, redes, criptografia. De 2010 a 2020, foi vez da Internet das Coisas, a Inteligência Artificial, a computação na nuvem (o que manteve muitas pessoas atualizadas neste momento de crise pandêmica/econômica para que pudessem migrar para os colaboradores atuando de casa). “Vivíamos em um mundo em que os recursos tecnológicos eram escassos. Hoje isto se inverteu e a pandemia reforçou a disponibilidade destes recursos, possibilitando o home-office, videoconferências, reuniões e cursos on-lines. E nesta década tivemos uma mudança na matriz da geração de riqueza, passando, por exemplo, das cinco maiores empresas do mundo que atuavam a partir do derivado do petróleo para a tecnologia como elemento central”, analisou ele, ao citar Apple, Google, Microsoft, Amazon e Facebook.
Na avaliação de Fabio Junges, o chamado “Mundo VUCA” (volátil, incerto, complexo e ambíguo) era na verdade um “mar calmo”. “Nestes últimos quatro meses, a partir de março, com a chegada da Covid, tudo mudou, o consumo, a educação, o comércio, o trabalho, as indústrias, os prestadores de serviços. E nada vai voltar como era antes. Temos uma aceleração de transformação digital que não tem a ver com tecnologia, mas com estratégia e novas maneiras de pensar. É preciso atualizar a mentalidade, muito mais do que a T.I (Tecnologia da Informação)”, afirmou.
Sobre as dimensões da transformação digital, que o palestrante indica para que as empresas pensem e reflitam, estão: colocar o cliente no centro de sua estratégia (a experiência do meu cliente em utilizar o meu produto/serviço), como é caso da Netflix, Nubank, Uber, Spotify; o atrito ainda existente com o cliente, a partir de inúmeras etapas para chegar no produto/serviço, tanto dificuldades físicas (escadas, rampas, andares, guichês) como burocráticas (check-ins, formulários, vários “cliques”) e o exemplo positivo apresentado, no momento, foi o ifood.
Outras dicas importantes ressaltadas por Junges foi a utilização do streaming (a lógica de consumir do jeito e na hora que a pessoa quiser), além de citar a importância de coletar dados estruturados do seu cliente (percepções, sentimentos e interação por meio das redes sociais), e criar diferentes formas/canais para o cliente entrar em contato. “A informação é o novo poder. Isto apareceu muito durante a pandemia. Por exemplo, fazer compras no mercado via WhatsApp”, complementou.
O Webinar Tecnologia e Inovação foi transmitido pelo Youtube
De Zotti Comunicações