Canoas/RS – A possibilidade de reoneração da folha de pagamento, anunciada pelo Governo Federal como um fator condicionante para a eliminação da Cide, 2%, (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) no preço dos combustíveis, causa preocupação junto ao setor metalmecânico e eletroeletrônico de Canoas e Nova Santa Rita.
O presidente do SIMECAN, Roberto Machemer ressalta que é necessário encontrar outras alternativas para a questão do alto preço dos combustíveis que não seja tributar ainda mais o setor produtivo. “Impressionante o pensamento que nossos legisladores têm com relação aos assuntos de maior importância para o país. Agora, vemos a reoneração da folha de pagamento como moeda de barganha para reduzir o custo do óleo diesel. É algo inadmissível, pois todos estamos cientes da alta carga tributária. É importante lembrar que, quando foi instituída a desoneração, isso significou nada mais do que uma proporção correta de um tributo sobre a mão de obra em relação ao que se produz e fatura”, alertou o presidente do Sindicato das Indústrias Metalmecânicas e Eletroeletrônicas de Canoas e Nova Santa Rita.
Roberto Machemer lembra ainda que as margens com que a iniciativa privada trabalha atualmente estão muito abaixo da necessidade. “Se fosse ao contrário, estaríamos vendo investimentos no parque fabril, o que justamente não acontece em função de não termos margem para isso. E de repente somos surpreendidos por um acordo de gabinete que não considera os reflexos reais das medidas que serão tomadas. Vivemos uma crise que não termina, pois cada vez mais a máquina pública absorve todo o capital que estaria à disposição do povo para girar a economia. Infelizmente, o mais fácil sempre é tapar os furos com tributação, seja nos combustíveis, na folha de pagamento e em outras áreas. Não saímos de uma crise ainda e já entramos em outra. Hoje estamos sendo descapitalizados por um custo de combustível absurdo. Sempre sobra para o mais fraco, que é a população, pagar a conta, seja pelos altos custos ou pelos empregos que poderão deixar de ser gerados”, acrescenta o presidente do Simecan.
De Zotti – Assessoria de Imprensa