Campo Bom/RS – Você só ouve falar em crise? Crise econômica, crise política, crise social. O momento é de grandes transformações e refletir sobre elas foi a proposta do Prato Principal da Regional ACI Campo Bom, que debateu o tema “O que a sociedade pensa e o que espera”, abordando a crise nas instituições e as transformações da sociedade. A palestrante no evento que aconteceu na terça-feira (03), no Feevale Techpark, foi a cientista social e política Elis Radmann.
O vice-presidente da Regional ACI Campo Bom, Cesar Ramos, abriu o encontro, salientando que a entidade completa 17 anos no município. A grande novidade é a presença mais forte da ACI em Campo Bom, com uma sede estruturada e moderna. “Costumo dizer que a ACI ainda não estava na corrente sanguínea de Campo Bom, mas se não formos favoráveis ao desenvolvimento local, vamos deixar um espaço em aberto”, frisou.
A palestrante Elis Radmann trouxe para os presentes alguns tópicos para reflexão e debate. “Assim como em grandes momentos históricos, como por exemplo a Revolução Francesa ou a Queda da Bastilha, nós estamos vivenciando um momento que vai marcar tudo o que nós somos”, sublinhou.
Nos últimos dez anos, vivemos grandes mudanças: avanços no estado de direito, na área médica e em termos de tecnologia e internet. Isto impactou nas casas, nos negócios, na política e nas relações humanas. “Estamos em um momento de transformação.” Desta forma, conforme explicou Elis, temos algumas crises instauradas. “Temos uma crise econômica, sendo que 68% dos gaúchos têm algum comprometimento de sua renda; uma crise política, pois 97% dos gaúchos não confiam nos políticos; uma crise de sensação de insegurança, acarretada pelo aumento da violência e da percepção de medo; e, por fim, uma crise social, que leva à descrença e ao individualismo”.
TECNOLOGIA – A palestrante observou que passamos a viver um novo cenário social, em 2013, quando as pessoas empoderaram-se nas redes sociais. Porém, ressaltou que a tecnologia conecta indivíduos, mas desconecta as pessoas. Ao mesmo tempo que ela aproxima, ela amplia o individualismo. “Os jovens, de até 34 anos, têm mais dificuldades de relacionamentos no mundo real, é uma geração que foi educada para ser servida”, explicou a cientista.
Elis destacou ainda que a sociedade quer mudanças, mas nem sempre está disposta a mudar algo. A maioria quer que a sociedade mude, mas apenas um em cada 10 pessoas se compromete individualmente a mudar alguma coisa. Então, como alterar esta realidade? Para ela, primeiramente, é preciso ter consciência e continuar debatendo estas questões. Depois, a mudança passa pela educação e pela prática, que engloba abrir mão de vantagens individuais pelo bem comum e de lideranças locais que ampliem o capital social e promovam o desenvolvimento econômico local.
O patrocínio do Prato Principal foi de Sicredi Nordeste e Organizações Contábeis Schmökel, com colaboração de Universidade Feevale e Feevale Techpark.
De Zotti – Assessoria de Imprensa