Novo Hamburgo/RS – Expectativas do mercado em relação à economia brasileira, reformas econômicas e economia internacional. Os assuntos foram apresentados no Prato Principal promovido pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, na quinta-feira (21). A economista, mestre e professora adjunta da Universidade Feevale, Lisiane Fonseca da Silva, tratou sobre o tema destacando variáveis e considerações comportamentais do mercado.
Com experiência em crescimento e desenvolvimento econômico, a palestrante ressaltou a sinalização de baixa na inflação, devido à queda no preço do barril do petróleo e dos combustíveis, e também nos preços administrados em tudo que ficou paralisado por algum tempo, além da valorização do real. O PIB (Produto Interno Bruto), segundo explicou, aponta queda no ritmo de crescimento da economia global, em 2019 e 2020. “A economia mundial está crescendo menos, com diminuição nos investimentos diretos, que são os capitais produtivos, como máquinas, lojas, equipamentos, empresas. Parte destes setores está aguardando a economia se movimentar em direção às privatizações”, observou a economista.
Lisiane Fonseca pontuou que em janeiro, o FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou sua previsão de crescimento global de 3,7% para 3,5% neste ano, e de 3,7% para 3,6% em 2020. “O Banco Mundial também recalibrou sua estimativa de avanço da economia para 2,9% neste ano, ou seja, 0,1 ponto percentual abaixo da projeção de junho passado”, assinalou ela, lembrando que a crise entre 2008 e 2009 obrigou os países a fazerem a lição de casa. “Isto gerou um crescimento menor, com proteção de barreiras comerciais para estimular a indústria interna”.
A economista também focou nas reformas, falando sobre os impactos de curto e longo prazos, afirmando que são muito necessárias. “Vamos ter que aprender a poupar e administrar o dinheiro. Temos que ir além do que o Chile desenvolveu com a reforma da previdência implementada em 1980”, observou. Entre os desafios, ela citou a importância de uma reforma tributária que desonere custos de produção e renda dos agentes econômicos, incluindo consumidores, investimentos em infraestrutura, segurança, logística com diferentes modais, e também investimentos em produtos de maior valor agregado, modificando as condições de competitividade dos produtos brasileiros.
Para o presidente da ACI, Marcelo Lauxen Kehl, é necessário que todos façam a sua parte. “Nada adianta o outro lado fazer o que é preciso, se não fizermos a lição de casa”, considerou ele. “Reformas, esta é a palavra que deve nortear este governo. A da Previdência é indispensável, assim como a reforma do setor público como um todo, já que o peso da máquina pública se faz insustentável para nós, setor produtivo, carregarmos. A da Previdência, entregue ontem pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso, nos parece adequada pois combate fraudes, busca resgatar débitos passados, iguala políticos e funcionários públicos aos demais trabalhadores, trata de torná-la sustentável. Senão, muito em breve, teríamos que fazer como Portugal e Grécia, entre 2012 e 2013, cortando fundo os valores pagos aos já aposentados, por absoluta falta de recursos. Hoje quem ganha mais contribui menos e se aposenta mais cedo do que aqueles que ganham menos. Temos, ainda, a necessidade da reforma tributária. Neste aspecto, pagamos muito, recebemos pouco em troca, e o custo e o trabalho que se tem para apurar impostos é um absurdo. E também precisamos da reforma política, já que o nosso sistema é ineficiente e contribui para a corrupção e desperdício de dinheiro público”, complementou ele.
O patrocínio do Prato Principal foi de Sicredi Pioneira RS e Universidade Feevale, com colaboração de Fabio Winter & Lu Freitas Image Maker, Mover Acessibilidade, Stratosom Sonorização e Sucos Petry.
De Zotti – Assessoria de Imprensa