Em tempos tão inovadores (utilizo este termo pela modernidade e realidade de seu conceito), de um modo geral, onde tudo está diferente, tudo, absolutamente tudo…um dos grandes desafios é buscar o entendimento do que ocorre na Terra, neste momento atual. Ressaltando o aprendizado de que nada é por acaso, muito se tem a aprender. Ou, reaprender. Creio que esta seja a grande lição que é colocada diante de nossos pés, de nossos olhos, da nossa inteligência.
Há centenas (para não assustar afirmando milhares) de anos, a cada nascimento que “surge” no mundo, carregamos, com nosso crescimento pessoal, intelectual e de vida, crenças que nos são transmitidas por meio de nossos antepassados. E, até então, tudo certo, pois eles também receberam estas “informações” como corretas e absolutas. Entretanto, a chegada desta paralisação mundial, dita por um motivo de saúde, fez muitas (milhares) pessoas pararem, pensarem, analisarem e chegarem a conclusões, muitas delas desafiadoras. E aqui está uma segunda e importantíssima lição.
Em função da agitadíssima vida que sempre fomos habituados a ter, considerando que isso fosse algo normal, pouco ou quase nada tínhamos de tempo para nos darmos ao “luxo” ou à “oportunidade” de pararmos, pesquisarmos, questionarmos e avaliarmos. Esse tempo, então, nos foi permitido. Há quase dois anos, a nossa então realidade simplesmente ruiu, de uma hora para outra. Tivemos que, imediatamente, nos adaptarmos com uma nova forma de vida, até por uma questão de sobrevivência, e me refiro aqui em todos os sentidos. Mas, para realmente buscarmos respostas, ou caminhos para questionamentos feitos, é preciso estar livre de paradigmas, com mente aberta, sem crenças pré-existentes e limitantes. E este foi o grande desafio imposto a partir de 2020. Deixar de lado tudo o que nos foi ensinado até então, e pesquisar, pesquisar, pesquisar. Não é fácil, mas é possível, desde que você esteja disposto a enxergar e a ouvir.
Temos muito a aprender sobre a vida. Posso adiantar que pouco sabemos, ou quase nada. Mas é surpreendente, e eu diria que precisaremos aprender a desaprender, para aprender novamente. Pelo menos da maneira como ocorreu até aqui! Estudos são fundamentais. Ouvir pessoas, de diferentes grupos, com experiências variadas e até bizarras para nós (inicialmente) é valioso demais. Mas, para tanto, é preciso se despir de qualquer pré-conceito. E aqui me refiro sobre absolutamente todo e qualquer tema. Este é outro grande desafio. Enfrentarmos nossos dogmas, definições de análises enraizadas há anos, não é algo simples. Porém, é possível.
E, se quisermos entender o que se passa, diante de nosso olhos, precisamos, urgentemente, nos permitir termos, de fato, olhos para ver e ouvidos para escutar. Muito está por vir, logo ali adiante, para complementar estes aprendizados que achávamos que sabíamos. Precisamos estar preparados para mais estes desafios. É possível, mas temos que nos permitir. Em frente…
Ana De Zotti
Jornalista