Sim. A nossa vida mudou. E, sim, não voltará mais como era antes. Simples assim, quer você queira ou não.
Há 14 meses entramos num giro totalmente diferente daquilo que estávamos acostumados a viver. Algo intrigantemente novo nos foi imposto, nos foi determinado, mundialmente. Não saia de casa, pare de trabalhar, feche o seu negócio presencial, se distancie das pessoas e de seus familiares. Enfim, tudo que todos já sabem e estão exaustos de ouvir. A tortura é diária! De novo: quer você queira ou não. Ah, só um parêntese: meu objetivo aqui não é ser à favor ou contra qualquer coisa. Essa avaliação sobre o todo é sua, e individual.
Desde um ano antes disto tudo ocorrer, quando à mim aconteceu um choque emocional, com a perda física repentina do meu marido, passei a questionar muitos pontos. Mas, não simplesmente por quês? E sim para quê? O que tudo isso simbolizava, que mensagem queria passar, o que estava acontecendo e, principalmente, a pergunta era: acabou? Desta profunda marca, até os dias de hoje, se passaram dois anos. E, no meio disto tudo, dez meses depois, o “até qualquer dia” chega com minha mãe. E lá se vai um ano e dois meses da determinação das novas regras de convivência, em função de um vírus que ninguém afirma saber de onde veio, como foi que surgiu, como tratá-lo e, pior ainda, se algum dia terá fim. Ora, mais uma vez os questionamentos chegaram. Para quê?… e junto vieram os por quês?
Os estudos que tenho feito, as pesquisas que realizo, as palestras e debates que acompanho sobre tudo isto, os grupos que passei a fazer parte, serão temas que abordarei em outros artigos. Creio que serão interessantes. Mas o que quero me referir hoje é justamente sobre a vida, ou a morte. Tantos dogmas, medos, crenças limitantes que fomos recebendo ao longo dos anos que chega a ser patético, para usar uma palavra suave. Tantas descobertas nestes dois anos. Tanto aprendizado…tanta gratidão por tudo que recebo diariamente, pelo novo dia. Sim, fiquei espiritualizada, e, para mim, eu diria que foi de uma hora para outra. Sempre tive respeito por tudo e todos, mas nunca fui uma pessoa reconhecidamente espiritualizada. E assim como eu, afirmo que muitos não sabiam (e continuam não sabendo) o que é ser espiritualizado. Resumindo o complexo entendimento, é ter, e permitir, um contato direto com o Criador.
Mas a pessoa vira crente, só quer saber de religião, só posta mensagens “bonitinhas”… foi se apegar em algo para não se deprimir. Ah…como eu entendo! Também pensava exatamente isso quando alguém mudava radicalmente em sua forma de pensar e até agir. E digo que muitos até foram para este lado (e está tudo bem! Livre arbítrio). Mas tenho feito observações interessantes, que, há dois anos, não me chamariam a atenção. Realmente, as pessoas não param para ler (ou ouvir) o que tem algum “traço” de espiritualidade (o que, para muitos, levam para o lado de religiosidade – são conceitos/significados diferentes). Não se trata de religião.
Muito bem. Quero compartilhar, com quem ler este artigo, que temos muito a aprender. E o tempo urge. Não espere que algo tremendamente forte lhe abata, emocionalmente, e tão perto. Você tem a chance de buscar os “para quê?” e também os “por quês?” (embora este último seja racional demais). É preciso abrir a mente, o coração, para poder receber estas informações que são repassadas, com a sua devida permissão. É importante ir em busca, estudar, ligar os pontos, estar aberto para entender situações que jamais nos foram expostas, fazer descobrimentos de fatos que nunca foram debatidos abertamente. Pesquise, pesquise, pesquise, analise, una os pontos, e vá tirando suas conclusões. Temos uma energia fantástica, temos um poder inimaginável. Somos pura energia, somos vida! Queira e vá atrás de respostas para seus questionamentos. Não fique inerte. Não aceite tudo como verdade. Nem tudo é o que parece ser.
O aprendizado é constante, diário, infinito. E vem de milhões de anos. Reforço: temos muito a aprender. Muito! Não sejamos egóicos. Ah, a morte que tanto choramos, pelo sentimento de perda (e isto é muito humano), é um presente. Não acabou! Está intrínseca na nossa evolução. Mas é preciso aprender a estar de mente aberta para podermos compreender este enorme ensinamento. Muitas culturas sabem disso há milhares de anos. Eu, fui aprender agora. Nada é por acaso. E, de novo: o tempo urge. Em frente…
Ana De Zotti
Jornalista